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Dicionário de Culinária, MasterChef e afins

MasterChef Brasil e uma temporada desnecessária

Num vale tudo pela audiência, MasterChef Brasil em tempos de coronavírus se reinventa e decepciona.

Eu juro que fiquei bem empolgada com a notícia de uma nova temporada do MasterChef Brasil apesar do atraso gerado pelo coronavírus. Primeiro pela curiosidade sobre como seria produzido diante da atual pandemia. Segundo pela proposta renovada, de trazer comidas mais simples, com ingredientes mais básicos e simples.

Um MasterChef bem coerente com a realidade brasileira, onde fazer comida boa com ingredientes básicos é regra. Exceção foi o que vimos nas temporadas anteriores, em um país que consome inúmeros subprodutos da mandioca, feito por pessoas que jamais terão dinheiro para provar uma iguaria cara como o caviar por exemplo.

Mas como dizem, de boas intenções o inferno está cheio e da culinária que inspira os reles mortais que crescem na base do feijão com arroz, pouco vimos. O que temos na verdade, pelo menos até o presente momento, véspera do terceiro episódio, é um MasterChef totalmente desnecessário, onde sobram lágrimas e personagens caricatos, sobram palavrões e falta comida que inspira.

E não precisa ser expert nem em fritar ovo para perceber porque a audiência do segundo episódio caiu drasticamente em relação ao primeiro (que num primeiro momento, parecia ter resgatado os dias de glória do programa no Ibope da Band). Se você não assistiu, faço questão de listar todas as “desnecessidades”:

  • Corona x produção: os cuidados para não transmitir ou propagar o vírus são ridículos. Trocas de alimentos, mercado onde vários produtos e objetos podem ser tocados por diversas pessoas. Foi possível até ver participantes provando comida com o dedo, usando uma colher para provar e colocando de volta na panela. É obvio que falharam na questão “cuidados com a pandemia”;
  • Candidatos x honrar a gastronomia: vamos falar serio agora. Não tinha candidatos melhores para participar não? É até uma ofensa ver cozinheiros amadores tão despreparados assim participando da maior competição de culinária do mundo;
  • Comportamento dos chef’s e apresentadora x profissionalismo: sério Band que vocês pagam para o chef Erick Jacquin ficar analisando o look dos participantes? E para a Paola ficar descontando a sua rabugice nos competidores? E para a Ana Paula Padrão, jornalista que já admirei muito falar palavrões? De verdade, isso tudo já deixou de ser engraçado faz tempo!
  • Crise econômica x desperdício de comida: em tempos de tanta gente precisando se virar nos 30 para colocar comida na mesa, dinamizar as provas de forma que não haja desperdício (inclusive do dinheiro da própria Band que perdeu patrocinadores importantes como o Carrefour), faria desta nova temporada do MasterChef algo bem mais relevante. Mas não, o desperdício de comida segue lá, dando mau exemplo.

Bem sabemos que nenhuma destas questões estão sendo consideradas pela Band no momento. Ao que parece, o grupo segue preso em velhas glórias, que não cabem no mundo atual. O mau humor da Chef Paola Carosella não gera mais nenhuma empatia, palavrões saindo da boca da culta e elegante Ana Paula Padrão só foram engraçados na primeira vez.

Aliás, foi naquele f*deu que ela pronunciou na temporada 2018 do MasterChef Profissionais que o programa começou a degringolar. E para quem esperava encontrar inspiração para variar na comida do dia a dia, melhor procurar outras fontes. Pois destes participantes que foram selecionados, só veremos caricaturas de cozinheiros em busca de 15 min. de fama.

Nesse vale tudo por audiência da Band, perdemos nós inspiração para culinária, perde o MasterChef em audiência até então cativa, e perde a apresentadora em dignidade, ao replicar palavrões dos participantes. Ou seja, estamos diante de um reality show de culinária totalmente desnecessário, e que ao que tudo indica, seguirá dando péssimos exemplos até o final de 2020.

2 thoughts on “MasterChef Brasil e uma temporada desnecessária
  • ANTONIO CESAR A ALIANDRO disse:

    Concordo em gênero, número e grau com você. É um espetáculo circense com candidatos apalhaçados, com tentativas ridículas de brincar de fazer comida… Seria melhor mesmo que nada apresentassem para não desmerecer um programa tão importante para a gastronomia

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